Esta semana me vi obrigada a responder uma pergunta bem objetiva sobre trabalho e renda. E tive que parar para pensar, porque não tinha a resposta na ponta da língua.

A questão é: quanto eu quero ganhar e até quando preciso atingir esta renda? Eu venho de um emprego que pagava muito bem. Até acima da média de mercado para o cargo. Ouvi isso em entrevistas, da minha consultora de carreira e até de pessoas com quem comento e que arregalam os olhos e dizem que nenhuma empresa paga tão bem assim. Bom, talvez este também seja um motivo para a empresa ter feito tantos cortes nos dois últimos anos. A conta não fecha.

De qualquer forma, me acostumei com uma renda alta e, consequentemente, com gastos altos. Já reduzi meus gastos, obviamente, mas poderiam ser ainda menores. E vêm, então, as dúvidas. Quanto eu quero ganhar? E quanto eu preciso ganhar? E, até mais importante, quanto eu estou disposta a sacrificar para ganhar o que eu quero?

Este período de transição me trouxe uma liberdade de tempo que eu nunca tive. Posso planejar meu dia com base nas minhas necessidades. Posso ficar com meu marido, ir para a academia 4 vezes por semana, levar meu cachorro no veterinário, visitar minha avó no hospital (ela faleceu, infelizmente, mas eu pude visita-la). Tudo isso sem ter que pedir permissão para ninguém, sem ter que me explicar ou ter que ‘compensar’ horas depois.

O quanto vale essa liberdade? Será que vale mais do que uma bolsa cara comprada por impulso, uma saia maravilhosa que vai ficar no armário, com etiqueta, por meses, ou um sapato lindo que eu vou usar no máximo duas vezes?

Sinto que hoje eu valorizo qualidade de vida muito mais. O que eu preciso é ter um trabalho que me traga uma boa renda. Não necessariamente um emprego que me dê um super salário mas leve, em troca, parte da minha alma. A cada dia dou mais importância a fazer algo que eu goste, que me dê orgulho, mas me permita cuidar da minha vida pessoal. Busco, cada vez mais, identificação com o trabalho e qualidade de vida.

O que vai acontecer nos próximos 6 meses? Não sei. Espero ter uma renda que me garanta conforto e ter um trabalho que me satisfaça profissional e pessoalmente. Este texto não é uma conclusão, mas sim uma reflexão. Veremos o desfecho nos próximos capítulos.