Tenho este site há 3 anos já e, infelizmente, não tenho me dedicado às postagens há um tempão. Mas, ainda assim, ele recebe visitas regularmente e o post mais visitado é, de longe, o texto sobre a experiência com minha gatinha FeLV+ Myrtle e seu tratamento para uma anemia.

Sei que muitos tutores ao se depararem com o diagnóstico FeLV+ vão desesperadamente buscar informações na internet. Eu fiz isso. E por isso escrevi o meu relato sobre ela. Só que este relato foi feito em 2018 e quem o lê hoje não sabe qual é o atual status dela. Recebo mensagens no Instagram e Facebook constantemente de pessoas que encontraram este texto e querem saber se ela ainda está bem. Então aqui vai um update sobre a Myrtle.

Quando escrevo este texto, em julho de 2020, Myrtle já está com 7 anos! Está bem, saudável, gordinha, feliz, mas não está muito contente com essa pandemia e quarentena (2020 sucks). Humanos em casa o tempo todo, o quarto dos gatos virou home-office, só chateação. Às vezes eu até ouso fechar a porta para fazer vídeo conferências, uma insolência!

Até hoje ela não teve nenhuma recaída da anemia hemolítica imunomediada. Na verdade, logo após o início do tratamento correto ela já apresentou melhoras, ainda em dezembro de 2014 / janeiro de 2015. Mas o tratamento dela foi bem longo, porque só removemos completamente a medicação (Prednisolona e Leukeran) em maio de 2016. Essa paciência e cuidado no desmame foi essencial para o resultado do tratamento. Não posso estressar isso o suficiente. Até hoje converso com uma das veterinárias que acompanhou todo o caso dela e que hoje é a veterinária que cuida de todos os meus gatos e ela sempre usa o caso da Myrtle como exemplo do manejo do tratamento e desmame. Não dá para cortar doses rapidamente. Quando isso acontece, a anemia costuma voltar.

De fato, a Myrtle não teve mais nenhum problema de saúde. A última peripécia dela foi quebrar um dente, mas até comentei sobre isso no meu post original. Desde então, ela está super bem. Pesa 5kg, tem uma pelagem brilhante e macia, gengivas rosadinhas e passa os dias brincando e dormindo, como uma gatinha normal. Aqui em casa eu sou adepta de não remediar o que não é necessário. Então nenhum dos meus gatos, positivos ou negativos, toma qualquer medicação ou suplementos sem necessidade. A única droga permitida é Dreamies – 3 por dia, para não engordar! Fora isso, o ambiente é enriquecido para eles, com caixas de madeiras e escadas nas paredes para subirem e aproveitarem a vida do alto, acesso ao terraço todo telado para tomar sol e assistir a vizinhança e sem qualquer possibilidade de sair para dar voltinhas.

A ração é super premium light. Pareço obcecada com peso, mas é que meus gatos machos, que são negativos, têm 8 e 9,5kg. São muito gordos. Tenho que controlar mesmo e não consigo dar ração diferentes para eles. Preferiria fazer alimentação natural, mas não consigo me organizar para isso. Então opto pela Premier Pet. O ótimo não pode ser inimigo do bom. Água em potes e em uma fonte que fica no banheiro, para que eles tenham vontade de beber. E eles bebem bastante, tenho que encher mais de uma vez por dia. Fazer os gatos terem interesse em água é essencial, porque a doença renal é letal também.

Bom, o update é esse. Não temos muita novidade, o que para mim é bom. Significa que tenho uma gatinha normal em casa e a FeLV não altera em nada o comportamento ou saúde dela. Ela simplesmente está lá e um dia pode até aparecer de novo. Mas até lá, vivemos uma vida absolutamente normal. Se posso dar um conselho aqui, é esse: gato FeLV+ é um gato. Trate seu  gatinho assim. FeLV não é uma sentença de morte, não se desespere!

Boa sorte para todos que estão passando por um momento difícil com seus gatinhos. Acredite, eu torço por vocês! Se quiser alguma dica, pode me chamar no Instagram (@gabichaytor) ou no Facebook (Gabizilla). Quem sabe juntos não conseguimos mudar essa visão da FeLV e ajudar tantos gatinhos positivos sem lar que estão por aí?